Cenas dos filmes Metropolis (1927) e The Fall (2006)

        Nos filmes Metropolis e The Fall, podemos encontrar diversos momentos em que o espaço e o cenário parecem se destacar e nos levar para dentro do universo do filme. No entanto, será abordada nesta postagem apenas uma cena de cada.


METROPOLIS (1927)



       Um elemento que não pode ser ignorado ao se falar de Metropolis é o fato de ser um filme da época do cinema mudo. A ausência de falas e diálogos, atribui uma importância ainda maior aos cenários e espaços do filme e em um momento em particular, creio que a cenografia tenha sido um elemento muito bem elaborado. Logo após os trabalhadores quebrarem a máquina mais essencial, a Cidade dos Trabalhadores entra em colapso e começa a ser inundada, levando as crianças que ainda estavam lá a se desesperarem e saírem correndo em direção à personagem Maria, que havia descido à cidade nesse momento. Nessa cena, o espaço passa a ser um elemento fundamental, sendo progressivamente enchido por água até que algumas crianças não conseguissem mais correr. 
    Esse espaço tomado pela água, que começa a jorrar do teto, do chão e dos prédios, cria uma atmosfera de desespero e leva quem assiste a sentir-se prestes a se afogar. Embora a multidão de crianças assustadas se aglomerando em volta de Maria seja um elemento que evoca desespero, esse sentimento é mais forte com o alagamento que ganha cada vez mais e mais profundidade.
    Sendo um filme de 1927, uma época em que não se dispunha de grandes tecnologias para efeitos especiais, pode-se dizer que essa cena, além de ser um momento de grande destaque cenográfico, mostra um excelente uso dos recursos que tinham disponíveis naquela época.


(A partir de 1h56min)




THE FALL (2006)


    The Fall pode ser considerado outro filme em que o espaço é um importante fator para a criação da narrativa. Podemos dizer que há dois universos que coexistem no filme, o hospital em que estão Alexandria e Roy e o universo da história criada por Roy. Nesse segundo universo, tem-se diversas cenas em que o espaço se destaca mais do que outros elementos e tem grande importância para a narrativa, no entanto, abordaremos apenas a breve cena do falso casamento.
    O que torna o espaço dessa cena tão forte e predominante é seu formato circular e o jogo de câmeras realizado para enfocar os personagens que estão correndo com um machado, passando a impressão de que estão correndo pelos corredores dos andares superiores em direção aos personagens que estão no centro e no térreo. O jogo de câmeras aliado a essa construção vertical e circular evoca suspense e deixa o telespectador ansioso por qual será o ápice deste momento.
   

(A partir de 1:10:30)







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